VIVA Brasil distribui material escolar e livros para crianças carentes de Campina Grande

A Associação Viva Brasil – Intercâmbio e Experiências Socioculturais, através de um projeto permanente de Incentivo à educação, vem realizando ações de doação de material escolar e livros para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade no bairro da Ramadinha, em Campina Grande. Além disso, em parcerias com a Fundação Vamos Schipluiden e com voluntários especializados em educação, o Projeto promove atividades educativas e lúdicas, respeitando todas as medidas de segurança impostas pela pandemia de Covid-19.

As crianças e jovens em situação de vulnerabilidade apresentam grandes desigualdades em condições de acesso à educação de qualidade. Na situação pandêmica em que estamos, aulas remotas não são realidade para esta parcela da população, o que reforça ainda mais o atraso e a evasão escolar.

“Eu queria tirar foto da minha filha usando os materiais que recebemos da associação para mostrar para vocês, mas meu celular é muito fraquinho. A câmera é embaçada e não dá pra fazer esses registros”, diz Aluska Almeida Ramos, de 39 anos, que é mãe da Marina, de 6 anos. A fala de Aluska evidencia a situação de precariedade tecnológica vivenciada por muitos brasileiros nos dias de hoje.

A criança em contato com a leitura e com a brincadeira tem o poder da imaginação a ponto de transformar qualquer objeto em brinquedo. Para o psicólogo André Nogueira, membro voluntário da associação, a forma com que a criança se relaciona com esse objeto diz muito sobre ela. Ainda segundo o especialista, o ato de não brincar deve ser visto com atenção por seus cuidadores.

“Quando a criança brinca, ela consegue se expressar de forma natural ao entrar em contato com a fantasia que aquela brincadeira traz, seja usando coisas simples, como acreditar que é um super herói, ou quando ela lê um livro de contação de histórias que incentiva a imaginação, fazendo com que ela saia um pouco da sua realidade, que por vezes é de dor, e entre em contato com coisas que lhe deixaram feliz, nem que seja por um instante”, afirma.

Na primeira infância, período que compreende as idades entre zero e seis anos, o desafio talvez seja ainda maior por se tratar da principal fase do aprendizado, não apenas relacionado ao ensino regular, mas, sobretudo, do desenvolvimento social, cognitivo e emocional. São muitos os desafios, ajustes, perdas e ganhos.
“Está sendo muito proveitoso, porque ela já estuda. Eu leio algumas páginas pra ela, porque ela ainda não sabe ler, por conta desses atrasos, por não estar tendo aula presencial… O Viva está sendo de grande ajuda pra gente”, declara Aluska.

Quando analisamos o contexto da pandemia, podemos observar que o isolamento social para a criança é um dos fatores que mais trazem prejuízos. Diante disso, muitas crianças começam a desenvolver estresse, inquietação e ansiedade por não terem uma rotina fora de casa.

Aluska tem três filhos: a mais velha já é adulta e mora em João Pessoa; o filho do meio tem 16 anos, e Marina, a mais nova, tem 6 anos. Por estar desempregada, é o seu companheiro que consegue alguns trocados realizando “bicos” (emprego temporário). “Moro numa casinha de aluguel, não tenho casa própria. Nosso dia a dia é pedir forças a Deus pra gente seguir em frente e rezar pra que essa doença passe para fazermos novos recomeços. Todo dia é um recomeço”, desabafa.

O psicólogo André Nogueira destaca que, apesar do cenário crítico proporcionado pela pandemia, há sempre algo positivo para se refletir. “Podemos compreender que nesse novo aspecto há também pais que se sentem mais presentes em ter que educar seus filhos em casa, participando mais das atividades escolares, desenvolvendo novas rotinas de cuidados da casa e do quarto”.

As organizações familiares mudam com a pandemia, e com isso surgem mais responsabilidades, mais empatia e também a necessidade de um maior cuidado uns com os outros por meio do afeto familiar e da educação que se tornam ainda mais essenciais durante o isolamento social.

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